"Sem a música, a vida seria um erro"

Loco Live - Ramones

quinta-feira, 31 de maio de 2007



Num dia frio dos mais raros, onde aqui no Rio os termometros marcavam 15ºC as 9:30 da matina, estava eu indo para uma palestra ouvindo Ramones!

Um disco especial, de uma banda especial.



Nesta gélida empreitada matinal, peguei meu ipod e sai sem nem parar para ver o que tinha armazenado. Ai começa "Loco Live", álbum ao vivo gravado em Barcelona em 1991. Deixei rolar e fui desde a caminhada até a Estação das Barcas até o local da palestra ouvindo milhares de vezes o famoso "one, two, three, four" que abre cada musica!!!!



Fico me sentindo velho quando ouço Ramones! Quando penso que só sobrou o Mark Ramone parece que o tempo voa demais. Caraca, Joey Ramone morreu.... é complicado falar de uma banda que sempre esteve ao alcance de meus ouvidos e saber que não há possibilidade de mais uma turnê.

Afinal quem viu, viu... Não adianta chorar mais...

Vi os Ramones em 96 no lendário show no antigo Metropolitan, lindo como só um show punk pode ser. Sem frescuras, público "pogando" durante todo o tempo. Tudo misturado, desde Punks até hippongas que pareciam não ter nada a ver com o local e banda.

Ramones era e é assim. Acaba juntando gente de estilos totalmente diferente em torno do som da banda. E este "Loco Live" é assim tb. Apesar de muitos se assustarem com a quantidade de musicas deste disco, 32 no total, é algo que não se torna monótono.

Baixe ai e tire todas as suas dúvidas sobre o que eu estou falando!

Baixe aqui

Para começar bem o dia...

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Kick Out the Jams - MC5

segunda-feira, 28 de maio de 2007


Antes de qualquer palavra, vamos as imagens...



Acho que agora dá para entender o que passo a escrever!

Por mais que as palavras soem como meros sussuros diante de tal magnitude de massa sonora que arrebenta as caixas de som, tenho que escrever alguma coisa...

Sempre gostei de punk rock. A urgência do movimento original, a sujeira do instrumental e o lema "do-it-yourself" mudaram minha vida. Desde as bandas inglesas dos primórdios até as de hardcore californianas, formaram em mim uma alma contestadora. Coisa que não se perde pelo caminho... Punhos cerrados contra as injustiças e mazelas humanas.

Com o passar do tempo fui entendendo que muito do que saiu do movimento punk, na verdade era um som que não tinha nada de original. As urgências humanas sempre bradam, seja qual for a época. Foi ai que ouvi falar de Stooges, Velvet, New York Dolls e outras "coisas" que estavam adiantados demais para o seu tempo...

Destas bandas, uma me deixou totalmente impressionado com a massa sonora que saia das caixas de som de uma antiga loja de rock aqui de Niterói.

Era uma loja imunda, parecia uma espelunca de tão bagunçada que era. Dava medo de entrar na loja! hehehehe

Lembro até hoje que um dos donos me vendeu um vinil triplo "Remasters" do Led Zepellin por pelo menos metade do preço de tabela. Porque a bondade? Porque calhou de ser eu quem estava na loja, no exato momento em que chegou um cara "bem simpático" cobrando uma dívida que era exatamente a metade do valor do disco do Zepellin.

Sem nem piscar o dono da loja vira pra mim e fuzila: "Moleque, você tem este valor ai? Se tiver você leva o disco do Zepellin e ainda pago minha dívida com o amigo aqui!" O final da história é que levei o bendito "Remasters" pela metade do preço....

Mas voltando ao MC5 - hehehehehe... - nesta pocilga em forma de loja acontecia aos sábados a tarde um encontro com uma galera que se reunia para ouvir discos de rock progressivo. Na maioria quarentões.

Por algum motivo que não me lembro, resolvi dar uma passada para ver se tinha alguma novidade.

Chegando na loja tinha 3 pessoas lá, um dos donos e mais 2 caras fantasiados de hippies, e tudo cheirando a incenso vagabundo. Hoje lembrando da cena, não há como não pensar em qq um dos filmes do Tarantino...

Do nada aparece um maluco com roupa toda social!!!!! Com gravata e tudo!!! E o cara grita a seguinte frase: "Consegui "Kick Out the Jams"!!!!" Os 3 hippongas ficaram loucos!

E eu sem entender patavina alguma!

O cara tira de uma sacola um vinil, sem esquecer de mencionar "cuidado que é vinil alemão!!!"
Eu com meus 16 anos parado em meio a uma bagunça hippie, em silêncio observando aquele ritual.

Pensei: não saio daqui sem que estes caras coloquem este disco para tocar! E perguntei na lata, sem parar pensar muito: "O que é isso?"

Ouvi algumas gargalhadas, antes de ser quase humilhado: "Pirralho, ouve som de pirralho! Agora você vai ouvir o que existiu antes de tudo!"

Ai o cara colocou no toca-disco o tal "vinil alemão" do MC5.



O universo começou a fazer sentido apartir daquela birosca de 6 metros quadrados. Nunca os graves de uma caixa de som haviam sido tão GRAVES. Os hippongas estavam em meio a um transe diante do barulho ensurdecedor deste álbum primoroso, numa tarde de inverno em meio a uma galeria já quase vazia. E eu, parado ouvindo tudo sem dar uma palavra sequer...

Ouvir este disco de alguma forma que não seja o volume máximo é dar atestado de loucura.

Por isso siga as duas dicas:
1- Volume o mais alto possível
2- E se assombre...

Para baixar, clique aqui

AMIGOS INVISÍVEIS - Edgard Scandurra 1989

sexta-feira, 25 de maio de 2007


Quando se pensa num post inicial de um blog sobre discos, sempre vem a mente uma lista interminável de álbuns memoráveis.

Aqueles que não saem da cabeça, que uma vez ouvido tornam-se amigos. Daqueles que parecem confidentes, amigos com uma mente diferente da nossa e acabam por traçar novos horizontes...

Agora... o mais irônico que escolhi como disco inaugural deste blog, um disco que pouco ouvi...

Começo a achar que este blog já começa confuso...

Escolhi "Amigos Invisíveis" do brilhante guitar hero Edgar Scandurra, lançado em 1989.

Dito isso conto porque este disco abre alas deste humilde blog....

Eu tinha 14 anos de idade quando este disco foi lançado. Engatinhava na tentativa de escolher um estilo musical predileto. Afinal com 14 anos queremos nos enturmar, procurar uma tribo para ser entendido e fazer parte. Ouvia desde punk até heavy/thrash metal.

Um dia em casa mudando de estação, deixo o rádio na Flu FM e eis que de repente o locutor anuncia que iria tocar uma nova música na programação. Nome da dita cuja? "Abraços e brigas", do disco "Amigos Invisíveis" de Edgar Scandurra... Bom, quando a música começou a tocar veio um arrepio... Era algo estranho, bonito, romântico, cru... O violão era de um impacto total, a voz de Scandurra(a minha voz predileta no Ira!) era urgente, o violão de aço em certos momentos da música vinha com uma força brutal... No meio da música entrava um teclado e uma bateria suja que pareceu mudar todo o panorama melódico da canção...

Durante todo os 3 minutos e 24 segundos da música fiquei estático, sem piscar, ouvidos atentos aquela música estranha e linda. Procurei o vinil numa loja na galeria do Cinema 1, aqui em Icaraí, e achei o tal disco que trazia uma linda gravura.

Se eu comprei o vinil? Claro que não... Não tinha grana para comprá-lo naquela época.

O que eu fiz durante uns 2 meses? Ficava ouvindo a Flu FM direto esperando o momento que "Abraços e brigas" iria tocar. E tudo o que relatei acima, ma minha primeira audição, acontecia...

Uns 6 meses depois, quando a música nem tocava mais nas rádios, fui procurar o disco para comprar. Para azar do então garoto de 14 anos, não o achei mais...

Bom, para não alongar o post o que tenho a dizer é que o final é feliz!

Portanto, lhes convido a ouvir este 1º álbum de Edgar Scandurra!

Para baixar, clique aqui